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Turismo
MUSEU DE ARTE SACRA
Pontos Turísticos
Sobre o local
Rio Pardo tem personalidades que marcaram a história, não só por conquistas em batalhas ou na política, mas também pelos esforços em preservar a memória do município. É nesse ponto que Biágio Soares Tarantino entrou para a posteridade. Entre outros feitos na Cidade Histórica, ele criou o Museu de Arte Sacra, que funciona junto à Igreja São Francisco.

Ele tinha uma percepção de cultura e de história muito peculiar. Desde os anos 1940, coletava peças religiosas e até mesmo de uso cotidiano, que depois vieram a compor o Museu Municipal. Era Tarantino quem promovia as famosas Semanas Santas de Rio Pardo. Trazia artistas que faziam pinturas dos prédios da cidade para um concurso e, depois, esses quadros eram comercializados. Parte desse valor foi usada para a criação do museu, e ele ainda buscava a doação de peças em outras igrejas para compor o acervo.

O museu tem peças com valor histórico imensurável. Algumas chamam muito a atenção, como o Cristo de fisionomia indígena, ainda da época jesuítica. Ou a imagem de São Nicolau como “santo do pau oco”, que antigamente era usado para guardar objetos de valor. Além de um missal de 1784, há uma peça onde se apoiava o caixão nas missas de corpo presente. E a indumentária dos primeiros padres.

VESTIDOS DE NOIVA

O Museu de Arte Sacra, além das peças religiosas, guarda todo um acervo de vestidos de noiva, provenientes de promessas para Nossa Senhora da Boa Morte. O mais recente é de 2019, e ainda há um sapato e um véu de 2021. As peças são entregues por moças que desejam casar, que as prometem à santa desde que o matrimônio se concretize. A história nasce do único momento em que as moças, antigamente, saíam de casa para socializar: as missas semanais.

Diz a lenda que, em uma dessas saídas, uma jovem de família abastada se apaixonou por um soldado, que não tinha posses. A história tem várias versões. A mais corrente conta que o pai fez com que o oficial fosse transferido, para o casal não se encontrar mais. Pelo afastamento, a filha fez greve de fome e acabou falecendo pela fraqueza. Alguns contam que ela chegou a se casar com o amado, outros que ela não chegou a subir ao altar. A mãe, que sabia da promessa da filha para Nossa Senhora da Boa Morte, doa o vestido e ele é colocado na imagem.

O curioso é que a lenda se torna realidade no momento em que as mulheres, até hoje, prometem o vestido para Nossa Senhora da Boa Morte. Quando o desejo se realiza, elas o entregam.
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