Sobre o local
Falar dos trens em Rio Pardo é mexer com as lembranças de uma época em que a linha férrea era o que havia de mais moderno. A Tranqueira Invicta chegou a ter quatro estações de trem operando. Ainda no século 19, em 1883, surgiram as duas primeiras – a Estação Central, no Bairro Higino Leitão, e a Estação do Couto, que anos mais tarde, em 1939, foi rebatizada e passou a se chamar Estação Ramiz. O nome foi uma homenagem a Benjamim Franklin de Ramiz Galvão, o Barão de Ramiz Galvão.
Os trens chegaram para facilitar os deslocamentos, tanto de passageiros quanto de carga. Até então, eram meios fluviais que os levavam. Com a evolução e o crescimento das vilas pequenas trilhas foram criadas, como se fossem o embrião da linha férrea. Rio Pardo operava com dois ramais. Um mais longo, que ligava Porto Alegre a Santa Maria, e a parada acontecia na cidade, e outro mais curto, de Rio Pardo a Santa Cruz.
As estações Central e de Ramiz têm construções e estruturas diferentes. A Central, imponente, com três andares, tinha espaço de residência e abrigava o responsável pelo local. Já em Ramiz eram mais transportes de carga e o prédio é em um andar só, bem semelhante a muitos outros municípios gaúchos.
As estações já foram a porta de entrada de pessoas importantes em Rio Pardo. Além de terem movimentado regiões inteiras, como o caso dos distritos de Pederneiras e Bexiga, que têm prédios mais modernos em comparação aos primeiros. No Bexiga, por exemplo, era produzido arroz, levado diretamente do engenho para o trem, sem nenhum deslocamento a mais.
Os mais antigos contam do trem Húngaro, que era o mais sofisticado e impressionante de ver. Ramiz Galvão foi criado e cresceu com os ferroviários que ali moravam. O transporte de passageiros foi encerrado em 1996. Com a expansão das rodovias, os ramais foram desativados.