Em 30 de abril de 1838 ocorreu uma das mais sangrentas batalhas da Revolução Farroupilha, a Batalha do Barro Vermelho, que se desenrolou na vila de Rio Pardo, uma das maiores cidades da província, com 12 mil habitantes e, resultou em vitória para farrapos contra as forças imperiais.
Em 17 de março os republicanos estavam acampados em Pederneiras, e, os imperiais contavam com 1.700 homens no total, sendo 500 a cavalo que aguardavam o ataque farrapo através da ponte sobre o Rio Pardo, o que ocorreu de outra forma, os farroupilhas após receberem reforços, abrem uma picada através de banhados e atoleiros. Após, improvisaram uma ponte e atravessaram o Rio Pardo, acampando, no Rincão del Rey.
Nesse local os comandados de David Canabarro surpreenderam as tropas de Andrade Neves, este foi obrigado a recuar até a coxilha de Barro Vermelho. Ali havia uma barreira defensiva dos imperiais, então na madrugada do dia 30 de abril, 3.000 combatentes farrapos marcharam contra as defesas imperiais.
Ao nascer do sol, os rebeldes conseguiram furar o bloqueio legalista, estabelecendo o pânico entre as linhas inimigas. Em torno de 800 imperiais foram capturados, alguns lutaram até a morte, e os demais fugiram, decretando uma expressiva derrota das tropas do Império na Batalha do Barro Vermelho.
Souza Netto capturou a banda imperial, ao vê-la entre os destroços do Barro Vermelho, o general alegrou-se, pois a “rica banda, felizmente ficou intacta”.
A banda era dirigida pelo então maestro, Joaquim José de Mendanha, estava na província a serviço do 2º Batalhão de Fuzileiros, Mendanha foi tratado com as gentilezas que merecem os artistas. Netto encomenda a Joaquim José de Mendanha, a composição de um hino para os separatistas, que foi entregue em cinco dias. A letra foi escrita pelo poeta Serafim de Alencastro, que era capitão das forças re
beldes, após urgiram variações, mas, é a mesma “aurora precursora” que se canta enaltecendo “nossas façan
has” e mais tarde se tornou o hino do Rio Grande do Sul.
O hino rio-grandense só foi formalizado em 1966 através de uma lei, ficando registrados com a música de
Joaquim José de Mendanha, harmonia de Antônio Côrte Real, versos de Francisco Pinto da Fontoura.