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August Saint Hilaire – Um botânico que entrou para história
Saint’Hilaire, era botânico e em suas viagens percorreu os seguintes estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
Conheceu as nascentes do Jequitinhonha e do São Francisco até Rio Claro. Viajou a cavalo ou no lombo de burro, por sertões geralmente de caminhos empoeirados e na maioria das vezes por picadas abertas a facão por seus acompanhantes, ainda que escravos.
August, como os outros viajantes do começo do século passado, teve de vencer a escassez de alimentos civilizados, o cansaço e as privações, dormir em ranchos cobertos de palha, habituar-se a rede, transformar mala em cadeira e mesa para as suas anotações, perder o medo dos animais selvagens, suportar mosquitos e dividir a vigília com os demais companheiros de aventura.
Não era difícil a Saint’Hilaire ser visto pelos sertanejos como médico, e por isso era muitas vezes forçado a ensinar remédios, afinal colher plantas era hábito apenas dos médicos e curandeiros, neste país desconhecido.
Apesar das muitas dificuldades, o botânico se via absolutamente seduzido pela riqueza vegetal, e desta sedução arrancava forças e coragem para seguir viajando.
August, como a maioria dos outros viajantes, aponta em sua obra os nossos erros, mas também dá conselhos para corrigi-los. Nenhum dos viajantes que percorreram o Brasil mostrou-se como Saint’Hilaire tão capaz de observar seus diversos aspectos, geografia, estatística, agricultura, comércio, arte, vida religiosa, administrativa e judiciária, costumes, usos da gente civilizada e dos índios.
Saint’Hilaire volta para a França em 1822, depois de ter sido envenenado por mel de vespa. Com o sistema nervoso profundamente abalado, voltou para buscar alívio no sul da França. Sua primeira obra foi Viagem do Rio a Minas Gerais, publicada em 1830. Do litoral ao distrito Diamantino 1833, Do São Francisco e Goiás 1847 e de São Paulo a Santa Catarina 1851. August de Saint’Hilaire faleceu em 1853 aos 74 anos. Em 1887 foi publicado seu último livro que chama-se do Rio Grande do Sul a Cisplatina.