CAPELA SÃO NICOLAU
São Nicolau foi um aldeamento indígena que Marcelino Figueredo, governador da Capitania, arranchou nos arredores de Rio Pardo e, até 1824 conservaram os índios, sendo a maior preocupação era fazer uma igreja para índios. Nestes tempos, dito por viajantes em Rio Pardo a língua guarani era de uso tão comum como a portuguesa, ao menos na primeira metade do século XIX.
O arranchamento de índios no Rio Pardo teve lugar no mesmo século XVII, na época das missões jesuíticas, a redução de Jesus, Maria, José foi fundada à margem do rio Pardo, vinte quilômetros acima da foz do rio Pardinho, São Joaquim foi criada em 1633 à margem direita do rio Pardo, tem suas pontas na serra do Botucaraí e São Cristóvão, em 1634.
Em 1758, Gomes Freire autorizava o sacerdote da Companhia de Jesus, Francisco Bernardes a fazer batizados e obrigações religiosas dos índios que se refugiaram das missões orientais do Uruguai. No segundo Império, 1862, um relatório do Presidente da Província concluía que os índios da raça guarani que permaneceram na aldeia de São Nicolau eram 85 homens e 115 mulheres, e, com exceção de 12 que estavam empregados, no trabalho em lavouras, o restante permanecia ocioso.
Na segunda metade do século XIX chega a aldeia um diretor que diz serem as imagens de “inferior veneração” e, que por esta razão proveria aldeia de São Nicolau com “imagens de respeito”.
Ainda hoje existem na aldeia um Cristo morto, com feições indígenas e uma Santana, com Nossa Senhora, ainda um crucifixo, tratando-se de esculturas missioneiras, além de um sino do século XVIII.
O aldeamento de índios não sobreviveu e, o Conselho Geral cria, em 1833, a Capela de São Nicolau. A festa popular do padroeiro da aldeia ocorre até os dias atuais, acreditando-se que sua imagem levada em andor propicia chuvas e faz terminar as secas que assolam as lavouras.
Texto: Renatta Meister
Fonte: LAYTANO, Dante. Guia Histórico de Rio Pardo. 2ª edição. Porto Alegre, 1979.